América do Sul,  Para viajar

11 dicas para curtir Machu Picchu

Machu Picchu é, sem sombra de dúvidas, o legado mais impressionante da civilização Inca. Depois dele, qualquer outra ruína fica sem graça. É um passeio para curtir em sua totalidade, cada passo, cada visão, cada história ouvida. Não só a grandiosidade das ruínas surpreende como todo o cenário e a paisagem ao redor.

Na hora de planejar a visita por conta própria esbarrei em uma série de dúvidas que ocuparam minha cabeça e me fizeram pesquisar sem parar sobre o assunto. Por isso, compartilho aqui minha experiência em forma de dicas para montar um belo roteiro rumo a Machu Picchu.

1. OS HORÁRIOS

Desde julho de 2017, os horários de visitação a Machu Picchu estão diferentes. Antes, era possível entrar em qualquer horário no parque e permanecer o dia inteiro. Agora, é preciso escolher entre dois turnos: manhã (das 6h às 12h) ou tarde (das 12h às 17h30). A resolução vale a princípio até fim de outubro de 2017, mas se o novo formato der certo, é possível que seja mantido.

Segundo o comunicado oficial do governo, a resolução tem por objetivo incentivar que os turistas visitem Machu Picchu também na parte da tarde, além de ser uma tentativa de limitar um pouco a quantidade de visitantes e, assim, garantir a preservação do parque.

Todas as indicações que recebi me sugeriam visitar Machu Picchu bem cedo pela manhã, principalmente em função da temperatura, mais amena. Hoje, com a nova resolução, é o turno com maior número de turistas. Não hesitei, então, em comprar o ingresso da manhã, a partir das 6h. O que me fez quebrar a cabeça para conseguir aliar o meu pouco tempo de visita à região com o passeio pelo Vale Sagrado e as passagens de trem rumo a Aguas Calientes, povo base para a subida ao parque. Não tinha planejado dormir na cidade, mas era a única opção para conseguir entrar em Machu Picchu o mais cedo possível.

2. O INGRESSO

Já aviso de antemão que foi bem complicado comprar o ingresso para Machu Picchu pelo site oficial do governo, www.machupicchu.gob.pe. Como não fechei pacotes com agências e fiz tudo por minha conta e risco, foi a única maneira que encontrei para conseguir o bilhete de maneira certificada – há agências online vendendo a entrada, mas fiquei com medo de arriscar. O site não é moderno e sofri alguns bocados com bugs, além de só aceitar cartões de bandeira Visa, que também sejam Verified by Visa, uma maneira de proteger suas compras.

Minha primeira dica é: compre o ingresso com bastante antecedência, afinal são limitados. Existem várias opções de visita, somente à cidade (150 soles) ou à cidade com inclusão de passeios às montanhas próximas – Machu Picchu e Wayna Picchu (200 soles), aquela que aparece no fundo das fotos clássicas do parque. Queria muito subir a montanha de Wayna Picchu, mas só há disponibilidade para 400 pessoas por dia e, mesmo um mês antes, não consegui esse bilhete.

Ao entrar no site, selecione o lugar (Machu Picchu, no caso) e o roteiro desejado. Em seguida, marque a data desejada para ver a disponibilidade de entradas e seguir para a reserva e o pagamento. No momento do pagamento, é possível que dê alguns problemas para passar o cartão Visa. Duas dicas que podem ajudar são: não escreva nomes com acentos ou cedilhas e, se isso não funcionar, faça um cartão pré-pago Travel Money e tente com ele. Comigo funcionou.

3. AS PASSAGENS DE TREM

Além do trem, é possível chegar a Machu Picchu por trilha, acho que é bem mais barato. Como eu não tinha tempo para isso, acabei preferindo o trem. Depois de muito pesquisar horários das duas companhias disponíveis, escolhi ir pela IncaRail, mais simples que a PeruRail, mas mesmo assim cara (foram 154 dólares para ir e voltar).

São duas as principais estações de trem que levam a Aguas Calientes: Poroy fica a 25 minutos de carro de Cusco e 3 horas de trem do povoado de Machu Picchu e Ollantaytambo fica a 2 horas de carro de Cusco e 1h30 de trem do povoado de Machu Picchu. Como fiz o passeio para o Vale Sagrado antes, terminei o tour em Ollantaytambo e já me dirigi para a estação, que fica a 10 minutos a pé do sítio arqueológico onde eu estava. Na volta, comprei passagens para Poroy, mais próximo de Cusco.

Na medida do possível, compre as passagens para a parte do dia, dizem que as paisagens são incríveis. Infelizmente, enfrentei em Cusco uma greve de professores, e os trens atrasaram tanto na ida quanto na volta, então viajei somente à noite.

4. A VAN ATÉ O PARQUE

Todo mundo no povoado de Aguas Calientes sabe onde fica o ponto de saída das vans que levam os turistas rumo a Machu Picchu, então não se acanhe em perguntar. Compre as passagens assim que chegar na cidade para ir diretamente para a fila, dependendo do horário do seu bilhete. As passagens de ida e volta saem por 24 dólares (e eles só aceitam essa moeda nos guichês).

Como escolhi o horário da manhã, tive que ir muito cedo para a fila – os turistas começam a se acumular na calçada do ponto de partida desde as 4h30. Os ônibus saem somente a partir das 5h30. São vários que sobem cheios e descem vazios para buscar mais gente. A partir do meio-dia descem cheios, trazendo os turistas que já encerraram a visita.

Não se assuste com a quantidade de gente, cheguei na fila às 6h e fiquei uma hora esperando pela minha vez na van, que leva 25 minutos para subir até a entrada de Machu Picchu.

5. A ALTITUDE

Enquanto Cusco está a 3,4 mil metros de altitude, Machu Picchu está a 2,4 mil metros. É possível que haja mal-estar, principalmente em função das caminhadas e escaladas, mas é para ser um cansaço mais leve que Cusco. Minha dica é não subir as montanhas se você tem problemas com a altitude, principalmente a Wayna Picchu.

6. AS ROUPAS

Escolha roupas leves e sapatos confortáveis, como tênis e botas de escalada, minha melhor aquisição para a viagem. Os caminhos dentro de Machu Picchu são cheios de pedras, e um tênis comum pode deixar o pé cansado e dolorido. Como as botas de escalada têm solado duro, protegem os pés do solo irregular. No inverno, leve um casaco tanto para o início da manhã quanto para o final da tarde. Apesar de o sol esquentar bastante, nas áreas com sombra pode estar mais frio em função do vento. Ah! Um chapéu ou boné é sempre importante nos momentos de sol intenso.

7. NA MOCHILA

Leve uma mochila pequena e compacta, apenas com as suas necessidades mais essenciais. É bem chato ter que caminhar e escalar com uma mochila grande e pesada nas costas. Não esqueça de levar água e protetor solar. Serão muito importantes durante as quatro horas de estadia dentro do parque. Aliás, lá dentro não é possível consumir qualquer tipo de comida, mas leve seu lanche para comer na saída (o bar de lá é muito caro).

8. O GUIA

Contratei um guia no hotel mesmo, na noite em que cheguei. Me custou 20 soles. Recebi o mapa e as instruções para encontrar o guia e o grupo antes mesmo de entrar na fila da van. É possível fazer o passeio por conta própria, sem guia, mas não há a parte das explicações históricas, que eu considero importante num parque dessa magnitude.

9. O PARQUE

O parque é enorme, tanto é que a visita guiada dura cerca de duas horas. Logo na chegada, subimos por uns 15 minutos por uma trilha de pedra e chegamos no mirante principal do parque, onde são feitas aquelas fotos clássicas das ruínas com a montanha de Wayna Picchu ao fundo. Só depois disso é que começa de fato o passeio guiado, passando por toda a cidade.

O parque só tem caminhos de ida, o que significa que só se pode conhecer Machu Picchu em um sentido. O ingresso, porém, permite que você entre duas vezes no parque. Então, é possível fazer a visita guiada e entrar novamente para curtir as ruínas mais tranquilamente, da sua maneira.

10. AS LHAMAS

Em algum momento da manhã, lhamas são soltas em meio às gramas do parque de Machu Picchu. São uma atração à parte para os turistas, que fazem carinho nelas, tiram fotos e selfies. Não perca a oportunidade de ficar pertinho das lhamas, são bichinhos muito fofos e simpáticos!

11. PARA COMER

Se tiver tempo, na volta de Machu Picchu, vá ao restaurante Indio Feliz, localizado no povoado de Aguas Calientes. O menu conta com pratos típicos da região, mas com um toque francês. É uma delícia. Meu almoço foi uma truta com batatas e arroz.

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Meu nome é Juliana Palma, mas sou mais conhecida simplesmente como Ju Palma. Tenho 28 anos e moro em Porto Alegre. Sou uma jornalista especializada em marketing e uma apaixonada por comer, beber e viajar. E é sobre isso que escrevo há seis anos. Nesse meio tempo, ainda me formei sommelière profissional de vinhos. Se quiser falar comigo, é só enviar um e-mail para jupalma@jupalma.com.br

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