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Documentário “Legado Italiano” estreia em 19 de novembro em site exclusivo

Considerada um dos maiores fluxos migratórios da história, a imigração italiana ocorrida no final do século 19 é o pano de fundo de Legado Italiano, documentário da diretora Marcia Monteiro que estreia no dia 19 de novembro. Produzido pela Camisa Listrada, em coprodução com Globo Filmes, GloboNews e Celeiro Produções, o longa será distribuído pela Lança Filmes em formato on demand (locação digital) pelo site exclusivo www.legadoitaliano.com.br. O documentário também será exibido de 12 a 18 de novembro, no GNC, em Caxias do Sul, e no Movie Arte L’America, em Bento Gonçalves.

Com cenários no Rio Grande do Sul (Serra Gaúcha e Vale do Caí) e no norte da Itália, Legado Italiano revisita, em 84 minutos, os 145 anos da imigração italiana para a Serra Gaúcha e os inúmeros legados deixados ao longo desse tempo. Uma verdadeira colcha de retalhos formada, entre outros, por temas como a religiosidade, a música, a gastronomia, a arquitetura, a indústria, o talian e o vinho, abordados a partir dos relatos dos descendentes de imigrantes da região. “A imigração é, ainda hoje, uma realidade em várias partes do mundo. Em muitos lugares ela está acontecendo neste exato momento”, salienta Marcia, em sua estreia na direção.

O LEGADO NO BRASIL

No Rio Grande do Sul, as filmagens de Legado Italiano correram nas cidades de Bento Gonçalves, Carlos Barbosa, Caxias do Sul, Farroupilha, Flores da Cunha, Garibaldi, Monte Belo do Sul, Nova Pádua, Pinto Bandeira, São Sebastião do Caí e Vila Flores. Cada uma evidencia um dos temas desenvolvidos no filme.

Bento Gonçalves é o berço da vitivinicultura e do enoturismo da região, onde vinícolas criadas pelos primeiros imigrantes se mantêm até hoje. É onde se encontra o Vale dos Vinhedos, a primeira Denominação de Origem de vinhos do Brasil. “Foi onde presenciei a força do enoturismo como um desdobramento dessa história, para a manutenção das pessoas em suas terras, a continuidade do legado dos imigrantes”, reforça a diretora.

Conhecida como a Capital Brasileira do Espumante, Garibaldi e seu interior – a “colônia” – guarda alguns tesouros, como a chamada Estrada do Sabor. No seu preservado centro histórico, lembranças do Vêneto. Em Garibaldi, foi desenvolvido, em 1913, o primeiro espumante brasileiro, que hoje se tornou a bebida ícone do Brasil.

Farroupilha representa a fé, o grande esteio desses imigrantes. A Romaria de Nossa Senhora de Caravaggio, realizada anualmente, há 141 edições, no dia 26 de maio, expressa toda a potência e o significado da religiosidade nessa região de colonização italiana. Já em Carlos Barbosa a equipe conheceu gente que não trabalhava com a uva e com o vinho, pois a cidade trilhou outros caminhos para seu desenvolvimento, como o turismo rural, que deu voz e empoderamento para muitas pessoas do lugar por meio de roteiros como L’Amore di Colônia e Recanto Bergamasco.

“Lembro que uma das coisas que me chamou atenção ao conhecer um pouco da cultura italiana foi perceber que a música tinha uma grande força como legado, como uma manutenção dessa tradição do canto trazida pelos ancestrais”, recorda Marcia.

E foi em Flores da Cunha onde nasceu Angelo Giusti, compositor da letra de “La Mérica”, conhecida popularmente como “Mérica Mérica”, decretada em 2005 como o hino oficial da colonização italiana no Estado do Rio Grande do Sul. Essa musicalidade é tão presente que um dos atrativos turísticos da cidade recebeu o sugestivo nome de Compassos da Mérica Mérica, no qual cada propriedade visitada tem um totem com um refrão da música.

Caxias do Sul é palco das principais indústrias metalúrgicas que foram de fundamental importância na produção de material bélico durante a Segunda Guerra Mundial, da qual Brasil e Itália fizeram parte. E traz a Festa da Uva, sua grande bandeira, criada em 1931 numa tentativa de evolução da vitivinicultura brasileira. A celebração tornou-se uma tradição do município e é realizada até hoje.

Em Vila Flores, Marcia descobriu que o principal atrativo turístico era o filó. No pequeno município da Serra Gaúcha, ele pode ser vivenciado pelos visitantes. Um coral composto por homens, mulheres e jovens conta a história da imigração na região e, no final da apresentação, todos saboreiam uma grande mesa com as comidas típicas dos encontros realizados no passado: o grôstoli, o sagu com vinho e, como não poderia faltar, a polenta, em diferentes preparações.

Em Pinto Bandeira, a localização em altitude proporciona vinhos brancos incríveis e espumantes premiados. Essa mesma altitude permitiu a captação de tomadas aéreas que contemplam o filme com belíssimas paisagens.

A pequena Monte Belo do Sul, com sua pracinha e casas antigas preservadas, é lar de uma família de tanoeiros, profissão milenar que tem se tornado cada vez mais rara. E através de pai e filho conhecemos um pouco dessa arte de produzir os barris onde o vinho é armazenado. Em Nova Pádua, o cooperativismo, um grande marco da região, é representado por uma família que está na quarta geração de cooperativados.

Após cruzarem o Oceano Atlântico por mais de 40 dias, os imigrantes italianos ainda tinham uma longa viagem pela frente até chegarem à sua sonhada colônia. De Porto Alegre, seguiam em um barco menor até o último ponto navegável do Rio Caí. São Sebastião do Caí representa o importante rio e seu porto, que recepcionava os imigrantes com destino ao que hoje conhecemos como Serra Gaúcha.

Do outro lado do Atlântico, no país europeu, Marcia visitou as regiões do Trentino e do Vêneto, de onde saiu o maior número de imigrantes para o Brasil, e da Liguria, de onde partiam os navios a vapor com destino à América. Na Itália, a equipe esteve em Conegliano, Comunità della Vallagarina, Brentonico, Isera, Nogaredo, Rovereto, Terragnolo, Villa Lagarina, Castellano, Pedersano e Gênova.

Foram mais de 90 entrevistados no total. “O senhor Remy Valduga, por ser uma fonte inesgotável de conhecimento, me alimentou com informações e histórias. Ele me ofereceu seu livro “Sonho de Um Imigrante”, em que conta a trajetória de seu antepassado para América, descrevendo com riqueza de detalhes desde a saída de Terragnolo, no Trentino, na velha Itália, até sua chegada e sua vida na Serra Gaúcha. E foi graças à tradução deste livro para o italiano, realizada por seu primo Luigi Valduga, que lá naquela região muitas pessoas tomaram conhecimento da existência desse pedacinho da Itália na Serra Gaúcha. Pois, na Itália, a história da imigração para o Brasil não é muito conhecida”, enfatiza Marcia.

Remy Valduga, um dos entrevistados no documentário. Foto: Divulgação

Legado Italiano tem produção e produção executiva de André Carreira, direção de fotografia de Elton Menezes e Dandy Marchetti e montagem de Pedro Vinícius. A trilha sonora original é assinada por Mú Carvalho, com violoncelo de Jaques Morelenbaum.

Patrocínio: Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Sindicato Empresarial de Gastronomia e Hotelaria (Segh) – Região Uva e Vinho e Rodoil. Apoio cultural: Salton, Peterlongo, Simonaggio e Giordani Turismo. Apoio de lançamento: Fecovinho.

LEGADO ITALIANO
Direção: Marcia Monteiro
Produção: Camisa Listrada, em coprodução com Globo Filmes, GloboNews e Celeiro Produções
Distribuição: Lança Filmes
Lançamento: 19 de novembro de 2020
Idiomas: diálogos em português e italiano, com legendas disponíveis em português, italiano e inglês
Acessibilidades disponíveis: closed caption, libras e audiodescrição
Onde assistir: www.legadoitaliano.com.br
Quanto: R$ 14,90

Meu nome é Juliana Palma, mas sou mais conhecida simplesmente como Ju Palma. Tenho 28 anos e moro em Porto Alegre. Sou uma jornalista especializada em marketing e uma apaixonada por comer, beber e viajar. E é sobre isso que escrevo há seis anos. Nesse meio tempo, ainda me formei sommelière profissional de vinhos. Se quiser falar comigo, é só enviar um e-mail para jupalma@jupalma.com.br

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